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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

95% dos jovens brasileiros são religiosos, diz pesquisa



Um estudo feito por uma fundação alemã em 21 países mostra que o jovem brasileiro é mais espiritualizado do que muita gente imagina. Cerca de 95% dos entrevistados, com idade entre 18 e 29 anos, disseram que são religiosos e 91% afirmaram acreditar em Deus. O resultado coloca os brasileiros em terceiro lugar no ranking mundial dos que mais possuem algum tipo de fé.
Mais de 90% acreditam em vida após a morte e outros 74% disseram orar pelo menos uma vez ao dia. O resultado do surpreendente estudo chamado "Monitor da Religião" mostra que a devoção entre os mais novos está tão em alta quanto entre os mais velhos, uma vez que com 60 anos ou mais o índice de religiosidade é de 96%.

A pesquisa mostrou ainda que 37% dos jovens se consideram muito religiosos e 35% moderadamente religiosos. Foram ouvidos 21 mil pessoas e a fé dos brasileiros só perdeu para os nascidos na Nigéria e na Guatemala, onde os índices dos que disseram ter alguma religiosidade foram de 100% e 97%, respectivamente.

Apenas 4% dos entrevistados disseram que não possuem religião. No entanto, o levantamento mostra que os jovens tendem a subestimar a própria fé. Quando perguntados se vivem de acordo com os preceitos da religião escolhida, apenas 35% dos entrevistados responderam que sim.

Reencarnação

A universitária Janaína Rodrigues, 27 anos, é um exemplo de jovem aberta a crenças de linhas bem diferentes. "Sou católica desde que nasci, acredito em Deus e em Nossa Senhora, mas também em reencarnação. Muito do que o Kardecismo anuncia faz sentido. Também acredito em horóscopo porque as previsões sempre se encaixam nas coisas que acontecem comigo".

Para o teólogo e professor de Filosofia da Faesa Vitor Nunes Rosa, esse tipo de comportamento é cada vez mais comum e não torna a religiosidade dos jovens menor. "A maioria das pessoas não distingue o que caracteriza uma religião. Buscam o que lhes dá conforto, não importa onde. O ponto comum é dizer que acreditam em Deus. Depois buscam em diversos credos o que avaliam ser melhor", destaca.

Juventude até no modo de viver a fé

Dogmas, rituais, valores morais, regras mais severas. Nada disso é levado em conta quando o jovem busca sua religiosidade. O que fala mais alto é a sua devoção e a forma que a encontra de expressar.

"Uma escolha é feita e o jovem, quando despertado para ela, passa a compreender a importância de se viver dentro de certos princípios", observa Abílio Rodrigues, presidente da Associação de Pastores Evangélicos de Vitória.

E é a possibilidade de vivenciar a fé a sua maneira que vem atraindo muitos jovens para as igrejas. Na Paróquia da Sagrada Família, em Nova Rosa da Penha, Cariacica, por exemplo, eles optaram por realizar missões, com visitas as famílias, na comunidade.

"Foi o caminho que encontraram para vivenciar sua fé. O que o atrai é a possibilidade viver a sua fé de um modo jovem, novo", observa o titular da paróquia, padre Flávio Leonardo.

Sentido à vida

Uma atitude típica da idade, lembra a pastora da Igreja Batista da Restauração, Sandra Rodrigues. Uma fase onde a busca por um sentido para a vida é grande, em que deseja ter uma forma de viver mais definida, mas onde ainda há muitos conflitos, alguns até mesmo familiares.

"É neste momento que entra a orientação religiosa, os aconselhamentos, para mostrar que é possível exercer sua religiosidade, que é possível ser feliz quando você encontrou o que muitos ainda buscam", acrescentou a pastora.

Jovens sacerdotes para atrair mais fiéis

Liderar uma igreja com centenas de fiéis é um desafio que poderia assustar até pessoas com grande experiência de vida. Mas há jovens padres e pastores que não se intimidam com a pouca idade e aceitam essa tarefa. É o caso do pastor Sérgio Pimentel Freitas, que tem 25 anos e há três atua na Igreja Batista da Praia da Costa, em Vila Velha.

"Sou muito feliz com minha opção. Minha idade me permite alcançar pessoas que talvez não conseguiria se fosse mais velho. Me identifico com os jovens pela linguagem e muitos são atraídos para a igreja porque percebem que é possível ser jovem e feliz servindo a Deus", diz Sérgio que também é capelão do Colégio Americano Batista.

O padre Renato Christe Covre, 28 anos, atua na Paróqui São Francisco de Assis, em Jardim da Penha, Vitória, há um ano e meio. Ele explica que foram nove anos de estudos antes de assumir uma paróquia. Renato também acredita que sua opção de vida ajuda a trazer mais jovens para a igreja. "Todo mundo se sente atraído por pessoas com as quais se tem alguma afinidade. E com os jovens não é diferente", explica.

O padre diz que é um desafio ter de lidar com diferentes públicos, mas avalia que foi muito bem recebido na paróquia, o que ajudou bastante. "As senhoras mais velhas me receberam como um filho".

Eles preferem as igrejas às raves e baladas

Os estudantes Ananda Depiante, 20 anos, Pryscilla Rodrigues, 22, e Rafael Rodrigues, 20, freqüentam a Igreja Batista da Restauração, que fica em Jardim da Penha. Eles garantem que ser jovem e evangélico não é um desafio, e sim um privilégio. "A Bíblia para mim é um manual de princípios para tudo. Deixo de ir a baladas e raves porque acredito que não são ambientes bons para mim e não porque alguém me proíbe. Nossa igreja é animada e com freqüência realiza festas saudáveis para toda família", diz Rafael. Ananda conta que nasceu em um lar evangélico, mas continua na religião por opção. "Meus amigos que não são da igreja me respeitam. É fácil ser jovem, evangélica e muito feliz quando se tem certeza da escolha certa".

Dedicação à igreja não é sacrifício


Os estudantes Patrick Thompson Reis, 25 anos, João Henrique Valdetaro, 24, Joana Pereira, 17, Ruan Pignaton e Janderson Ruy, ambos com 19 anos, são católicos e participam de várias atividades no Santuário de Vila Velha. "Sou ministro de Eucaristia e catequista de Crisma. Tem gente que pensa que ser atuante é difícil para os jovem, mas não é verdade. Faço o que quero, mas sem exageros. Não bebo demais porque tenho de dar exemplo", diz Ruan, que participa do Ministério de Oração e toca na igreja. É seminarista e em novembro começa um estágio que vai definir sua vida. "Se for da vontade de Deus serei padre. É meu sonho", revela.


Fonte: Gazeta Online
Via: O Verbo

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