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quinta-feira, 6 de março de 2008

O Rock está a serviço de Deus!!!


por Luana Gabriela


Solos de guitarra, bateria pesada, contra-baixo marcando o ritmo acelerado e um vocal forte são características comuns de qualquer banda de rock. E não é diferente com o rock gospel. Desde o início, o ritmo tem ligação com a música cristã. A história conta que o estilo tem influência da música negra que era tocada nas igrejas nos anos de 1950.

Apesar de as canções terem influências do blues, elas se diferenciavam porque tinham um ritmo mais frenético. Até mesmo o Rei do Rock iniciou sua carreira dentro da igreja. Elvis Presley ia com seus pais à igreja e admirava a música gospel. O gosto pela música fez com que ele entrasse para um coral e a partir daí desenvolvesse seu dom. Ele lançou em sua carreira quatro álbuns gospel, Peace In The Valley, His Hand in MineHow Great Thou Art, He Touched Me.

No entanto, com o passar do tempo, o rock foi intimamente relacionado às drogas, sexo e inconseqüência. Tanto que o estigma “Sexo, drogas e rock´n roll” é senso comum na sociedade. “Basta ver como o ritmo é popular entre os jovens que levam um estilo de vida bem diferente do descrito acima para descobrir que a realidade não é esta.” Eu sempre gostei de rock, meus pais são roqueiros. Eu ouvia rock antes mesmo de me converter.

A diferença é que antes eu não prestava atenção nas letras, aí senti necessidade de procurar bandas de rock gospel", conta Paolla Grisolli, membro de uma igreja evangélica em Curitiba. As letras são o grande diferencial das bandas evangélicas. Elas falam de Deus, de amor eterno, salvação. Acredita-se que a primeira banda de rock evangélico que surgiu no Brasil foi a Rebanhão, idealizada por Janires, um profeta que sonhava com a revolução da música gospel no país.
Algum tempo depois surge a banda Katsbarnea, que revolucionou o estilo. O grupo foi criado em 1988 e suas letras tratavam de temas pouco comuns nas músicas cristãs, como drogas, desequilíbrio ecológico e outros temas. A partir daí diversas bandas dão início aos seus trabalhos, algumas como Banda Resgate (SP), Fruto Sagrado (RJ), Oficina G3 (SP), Akza (DF), Kadesh (DF), Catedral e Novo Som, ambas do Rio de Janeiro.

Entre outros grupos Patmus, Codigo C e Banda Militantes representam a segunda geração do rock cristão. O que se chama de terceira geração aparece há alguns anos aqui no país. E tem representantes de Curitiba. O underground curitibano é bem movimentado, não somente no meio secular, termo usado pelos evangélicos para se referir ao que não é cristão, mas também atrai bandas de música gospel.

O cenário foi o que motivou os irmãos Guilherme Nascimento, Eduardo Nascimento e Márcio Carvalho, da banda Menorra, a se mudarem de Porto Alegre para Curitiba. “A gente decidiu se mudar para cá, porque viu que tinha um cenário legal, um pessoal que apoiava a banda. E lá em Porto Alegre estávamos parados, não tinha muito show. Nos mudamos no começo de 2004 e começamos a divulgar o trabalho da banda”, conta Guilherme, guitarrista do grupo.

A banda gravou seu primeiro cd, intitulado Somos Iguais, de forma independente. E recebeu em 2005 o Troféu Sara Brasil FM, premiação anual organizada pela rádio homônima ao prêmio, como melhor banda de rock Gospel de Curitiba.

Para Leandro Prado, baixista da Menorra, é difícil conseguir espaço para divulgar o trabalho do grupo. “A gente toca nas igrejas, nos eventos do meio. E assim a gente vai conquistando espaço. Nossa forma de divulgação é a rádio que é restrita ao meio cristão e expandir o público é complicado”, afirma. Apesar disso, a banda tem feito show por toda a região Sul, e já tocou para um público de 15 mil pessoas, na Marcha para Jesus, evento evangélico, de 2005. O principal objetivo destas bandas é evangelizar através da música.
Márcio Carvalho, vocalista da Menorra, defende esta idéia. “A música é um meio de divulgação do Reino de Deus. O rock é visado como música do mal, mas a gente está aí para provar que isto é errado”, diz. Para Daniel Krüger, baterista da banda Golgotha, a música pode ser um grande instrumento de evangelização. “Testemunhamos isso em nossos shows, pelos e-mails que recebemos, testemunhos que ouvimos. O rock é uma linguagem universal. Por isso, muitas pessoas que não estariam interessadas em entrar num templo para ouvir uma pregação sobre Jesus, param para ouvir uma música que lhes agrade e trate de temas espirituais”, conta.

Sobre a máxima de que o rock não é música de Deus, Márcio afirma que tudo é obra de d'Ele. “Quem fez a música foi Deus. E a finalidade da música é para adorá-Lo. Na verdade o Pai do rock é Deus”. Krugüer compartilha da mesma opinião de Márcio. “O Rock nada mais é do que um estilo musical. Uma espécie do gênero música e, portanto, é igualmente criação divina. Assim sendo, deveria também expressar a Glória de Deus. No entanto, o rock (assim como a música em geral) não está, em sua essência, a serviço de ninguém! É o livre arbítrio do coração humano que define isso”, afirma.

Uma das grandes dificuldades de quem começa um trabalho como este de falar de Deus através do Rock é enfrentar o preconceito existente até mesmo nas igrejas. “Em alguns momentos sofremos preconceito. Em nossa própria igreja, para ser sincero. Mas a partir do momento em que nossa comunidade entendeu que tínhamos um compromisso sério com a obra do Senhor, o preconceito ruiu”, conta Krüger. “Foi difí­cil no começo mas hoje não mais”, complementa Marcell Silva, vocalista da Golgotha. Nos planos da banda está o lançamento do segundo cd, que deve acontecer ainda este ano junto com um vídeoclip. “Após, a idéia é buscar espaços fora do âmbito evangélico, pois sentimos que nossa música está pronta para isso”, conta Krüger.
Desde quando surgiu o rock é um ritmo que rompe barreiras, quebra as regras. Nas igrejas ele também tem essa missão. Muitas congregações ainda alimentam o preconceito quanto ao estilo e seus adeptos. O Pastor Alexandre Pevidor, acredita que cada instituição tem liberdade para optar quanto ao estilo de louvor das celebrações. “Cada igreja é livre para escolher seu próprio estilo. Algumas igrejas são predominantemente jovens. Esta igreja certamente não terá conflitos sobre o rock na adoração, quanto certamente o terá uma igreja predominantemente adulta, especialmente com membros que viveram o período da revolução musical (1970) e viram esta forma musical como "um mal que corrompe a sociedade”, explica.

Apesar das barreiras impostas por formas de pensamento preconceituosas o rock tem sido bem aceito pelos membros e líderes das igrejas. Oséias dos Santos Silva, líder de um ministério de louvor, grupo de música de uma igreja, vê de forma positiva a entrada deste estilo nas igrejas. "É surpreendente o quebrantamento de almas usando o melhor da música. Vemos a conversão de vidas que são tocadas através da música, e suas devidas letras, falando aos corações de todos", afirma. A Igreja Bola de Neve é conhecida por utilizar o rock em suas celebrações.

A igreja tem um estilo jovem e atrai muitas pessoas. “Quando cheguei na igreja me indicaram várias bandas. Era uma forma de eu conhecer mais e me interessar a ficar na igreja”, conta Bruno Thiago Aschwanden. Ele também acredita que o rock tem potencial para atrair os jovens. “Foi assim comigo”, lembra Bruno.

Bandas curitibanas gravam coletânea

A ascensão deste estilo musical é tão evidente que tem despertado o interesse de pessoas que estão dispostas a dar oportunidade para as bandas cristãs. Um projeto intitulado Jovens Puro pretende reunir grupos da capital paranaense para gravar um cd especialmente de rock evangélico. Serão aproximadamente quinze bandas. Fábio Gazabin, um dos responsáveis pela iniciativa, explica o critério de seleção dos grupos. “O critério principal é saber se a banda ou ministério, tem realmente uma comunhão com Deus e vivem uma vida sadia; claro que é muito difícil de saber pois são 15 bandas multiplicadas por 5 integrantes, são muitas vidas. Mas conversando com cada líder de suas igrejas, eles são abençoados e liberados para participarem".

Gabazin vê o projeto como forma de oferecer aos ministérios um apoio, que segundo ele, é o que falta no cenário do rock cristão. "As bandas não têm um incentivo e não saem nunca para tocar em outras igrejas e eventos. E irem de encontro a quem precisa ouvir o que Deus tem pra nossas vidas", diz. As bandas já estão em processo de gravação e o lançamento do cd ocorre dia 15 de agosto, na Comunidade Cristã Nova Jerusalém, no Bairro Alto. Cada banda grava duas músicas e tem meia hora para se apresentar no evento. Os ingressos custam R$ 15,00, e cada ingresso dá direito a um cd da coletânea. Para Gabazin o trabalho destes grupos é de extrema importância. "Acho muito gratificante quando uma banda decide fazer algo fora da igreja levando aos jovens o jeito certo de ter uma vida sadia sem drogas, e o melhor com muito Rock´n Roll”, confessa.

E assim com essa e varias outras bandas 100% de Deus, o rock gospel ganha cada vez mais espaço no meio Cristão.
Mostrando que também é possivel louvar ao Senhor com um som forte e pesado!!!

3 comentários:

Luana Gabriela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luana Gabriela disse...

Oi, meu Nome é Luana Gabriela. Eu sou estdante de jornalismo e em 2007 escrevi esta matéria o Rock Está a serviço de Deus. Na ocasião mandei para vários sites e revistas..efim. Fiquei feliz de ver a matéria aqui, no entando a única coisa que peço é que citem o nome do autor do texto, no caso eu e a fonte.
Obrigada . Deus abençoe.

Brutal Warfare: disse...

Olá Luana td bem, seu nome já está na postagem. Desculpe qualquer coisa, é que onde tiramos essa matéria não avia fonte de autor.

Qualquer forma tá aí.

DTA