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quinta-feira, 6 de março de 2008

White Metal


White Metal é uma designação genérica atribuída aos vários estilos provenientes de áreas mais agressivas do Rock and Roll quando utilizados para adorar a Jesus Cristo e transmitir a Sua mensagem por meio da evangelização em massa. Numa definição mais simplista, pode-se dizer apenas que o White Metal é o metal cristão.

Um dos erros mais freqüentes que se comete, é considerar o White Metal, propriamente dito, como um estilo musical. A realidade é que, excluindo o conteúdo ideológico (letra), não há um tipo musical específico que tenha sido derivado do Rock ou do Metal no meio White, embora algumas bandas White tenham realizado experimentalismos originais e inovado dentro de determinados estilos.

Afirma-se que, englobados no que se pode chamar de White Metal, estão estilos diversos, desde o Hard Rock clássico até as mais extremas manifestações de Death/Grind/Core. Contudo, o que caracteriza o White Metal é seu conteúdo ideológico de natureza cristã, tornando-o muito mais um movimento do que um estilo. Aliás, em torno do White Metal, ergueu-se um movimento vasto – o movimento White - que tem como lema prático à difusão do evangelho de Cristo, utilizando o White Metal como seu principal veículo para exercer o mandamento fundamental do cristianismo: “... IDE e pregai o evangelho a toda criatura...” Marcos 16.15.

Curiosamente, o termo inglês “White Metal” foi difundido apenas no Brasil, talvez para demonstrar oposição ao Black Metal, cuja ideologia demonstra ser satânica. Nos EUA e em boa parte do resto do mundo, costuma-se dizer apenas “Christian Metal”, adaptado, em alguns países, para as línguas locais.


As origens universais

Quando falamos em origens do White Metal, devemos especificar uma origem indireta e uma origem direta, ambas igualmente importantes para o surgimento do White Metal. A origem indireta diz respeito a artistas como Larry Norman e Paul Clark, além de bandas como Agape, Love Song, Petra, Ressurection Band, 2nd chapter of acts e Rez, que introduziram a mensagem cristã no Rock and Roll de forma pioneira revolucionaria, o que culminou com a criação dos primeiros estágios do rock cristão, evoluiu até originar o White Metal. Embora tais artistas e bandas não possam ser diretamente associadas ao White – visto que o som deles é bem mais dócil do que o Heavy Metal das bandas clássicas do movimento White – é da maior importância frisar que sem a ação pioneira destes artistas e bandas precursoras, tudo o que conhecemos como White Metal nos dias de hoje jamais teria acontecido.

Ainda a respeito da origem indireta do White Metal, é completamente imprescindível que destaquemos a matriz do rock cristão, a base propulsora do seu surgimento: Larry Norman, Petra e Rez Band. Destes, a maior parcela precursora deve ser atribuída a Larry Norman, devidamente conhecido como “o pai do rock cristão”. Foi ele quem, no final da década de 60, estarreceu os paradigmas músico-religiosos da época ao unir, em suas músicas, conteúdo abertamente cristão ao ritmo explicito do Rock and Roll. Alguns anos depois, em 1972, surgiu o Petra, a banda que mais expandiria e popularizaria o rock cristão. A Rez Band explodiria mais no final da década de 70 e, com seu som mais pesado, seria uma influência e uma referência obrigatória para as bandas que, na década de 80, participariam da origem direta do White Metal.
Se a origem indireta do White nos aponta várias bandas e artistas, a origem direta nos aponta apenas uma banda: a lendária Stryper. Nenhuma outra banda está tão intrinsecamente associada ao White Metal como esta. Embora o Stryper não fosse a única banda de Heavy Metal cristão naquele período da década de 80 (por volta de 1984), foi esta banda que, quebrando barreiras de toda natureza (comerciais, religiosas, culturais...) , afirmou o Heavy Metal como veículo passível e eficiente para a transmissão do evangelho de Cristo. Com efeito, o Stryper, legítimo ”pai do White Metal”, conquistou um espaço para que o movimento White, em torno de 1986, pudesse começar a se levantar e se impor como um movimento genuinamente cristão. Também foi o Stryper que abriu as comportas para as inúmeras bandas cristãs que emergiram ainda na década de 80, como Guardian, Bride, Whitecross, Saint, Deliverance, Angelica, Holy Soldier, Believer e muitas outras.

O propósito do movimento White é uma questão cuja resposta tem sido freqüentemente desvirtuada, até mesmo por bandas inseridas nesse circuito. No entanto, é iniludível e incontestável que o propósito do movimento White vem de Cristo e visa a Cristo. Cristo é a razão e o alvo do movimento, e tudo o que for contra esta visão estará distorcendo a essência do White Metal.

Mais claramente falando, o White surgiu como movimento fundamentalmente evangelista (o IDE) e o conteúdo abordado nas letras White reflete claramente esta missão evangelista. Vale frisar que isso não gera uma impossibilidade de se adorar a Deus por meio da música White. O que fica claro é que, de uma forma ou de outra (evangelização ou adoração), Deus e Seu filho Jesus Cristo têm de ser o foco central do White Metal, e quando este princípio não é respeitado (que o digam muitas bandas que se dizem White), rompe-se o elo de ligação entre Deus e o movimento White, tornando este movimento uma mera e banal manifestação humana.


As origens no Brasil

Embora tais origens não sejam perfeitamente claras e detectáveis (estamos abertos a novas informações), é bem possível que Belo Horizonte tenha sido o berço do White no Brasil, o que não impede, em um país de proporções continentais como o Brasil, a existentência de caras montando bandas White em outras cidades ou estados brasileiros. Contudo, vamos à pequena versão que tenho acesso, a origem belo-horizontina do White no Brasil. No início da década de 90, bandas como Saved (a primeira banda brasileira de Trash Metal cristão) e Razão começaram a se unir, lançando as bases daquele que se tornaria o movimento White no Brasil. Surgiu, então, o ministério Caverna de Adulão e o White começou a se expandir pelo país. Homens de Deus, como Ricardo Borges e Borges e Antônio Carlos Batista (este último fundador da Christian Metal Force e contrabaixista da banda Antidemon), exerceram importante papel de divulgação por meio de revistas, zines e, mais recentemente, pela Internet. Diversas bandas White surgiram nesta década, dentre as quais figuram Oficina G3, Resgate, Metal Nobre, Antidemon, Stauros, Kennereth, dentre outras.

Dentre os e-mails que recebi, como resultado da repercussão gerada pelo ensaio de minha autoria “Música, cristianismo e White Metal”, um é altamente tocante e oportuno. Tocante pela espontaneidade e oportuno pela riqueza histórico-informativa. Esta última, por sinal, constitui uma contribuição significativa para o aperfeiçoamento do trabalho de mapeamento histórico do White que tenho empreendido na Whiplash.
Trata-se do e-mail enviado a mim por Cláudio Tibérius – notório militante da cena White nacional. Narrando abertamente sua experiência própria com o Heavy Metal, com o cristianismo e com a associação destes, Claúdio acaba por dissecar parte das raízes tupiniquins do White. Suas palavras preenchem, com muita propriedade, a lacuna informativa deixada pelo relato superficial destas raízes tupiniquins no ensaio “Música, cristianismo e White Metal”. A participação ativa de Cláudio no eclodir do White no Brasil (é ele o fundador da ‘Christian Metal Force’) confere veracidade e credibilidade aos fatos por ele levantados e às interpretações dadas por ele aos mesmos.

Finalmente, é imprescindível destacar que, de tudo que podemos compreender do relato de Cláudio, nada é mais importante e grandioso do que isto: o White Metal (no Brasil também!) nasceu com o propósito único e inegociável de realizar a obra de Cristo no contexto musical em que se situa e através do mesmo. As origens do White genuinamente cristão estão cravadas neste propósito! Cláudio testifica isso ao narrar a sinceridade de fé que movia suas iniciativas pioneiras (no Brasil) de introdução da mensagem cristã no Heavy Metal.

Fica claro, portanto, que as palavras que se seguem não devem ser encaradas apenas como um levantamento histórico de fatos, mas também como uma exortação àqueles que, inseridos no movimento White, têm perdido (ou vendido) o verdadeiro sentido de seu ministério...


Monstros do White Metal

É impossível ser completamente justo ao classificar monstros do White Metal, mas, em termos gerais, as maiores e mais notórias bandas são: Stryper, Whitecross, Barren cross, Guardian, Bride, Holy Soldier, Bloodgood, Deliverance, Mortification, Bride e Tourniquet. Petra e Rez Band não são, rigorosamente falando, bandas de White, mas merecem ser destacadas, devido à inestimável influência que exerceram e exercem sobre as bandas de White e sobre o rock cristão em geral.


Frutos produzidos

Inúmeras conversões ao cristianismo, arrependimento de pecados, vidas restauradas, vícios abandonados, transformações... Quem já esteve presente em um show de uma banda White genuinamente cristã pode comprovar o quão verídicas e palpáveis são todas esses resultados. Tais frutos, evidentes e inegáveis, são a prova e a legitimação da manifestação do poder de Deus e do espírito Santo também por meio do White Metal


Dificuldades enfrentadas

As dificuldades do movimento White podem ser sintetizadas no preconceito infundado de certas pessoas que não admitem, ou apenas rejeitam, a fusão do Rock and Roll com a ideologia cristã. Tal preconceito se divide em duas frentes: a frente cristã e a frente secular (para a frente cristã, o White é mundano demais e para a frente secular, o White é cristão demais). Porém, a resistência preconceituosa mais lamentável e intensa vem da frente cristã que, ao invés de dar irrestrito apoio aos seus irmãos em Cristo a levar a mensagem cristã mais longe por meio da música, atua como empecilho à propagação do evangelho. Composta por uma espécie de conservadorismo músico-religioso-moral, esta frente cristã proclama a inviabilidade de se fazer rock cristão, como se rock e cristianismo fossem coisas irrevogavelmente opostas. No entanto, tal postulação não advém de constatações reais e de fatos, mas apenas de conceitos pré-concebidos, preconceituosos e extremamente limitados. Com certeza, os cristãos que compõem esta frente não conseguem conceber o que Jesus quis dizer em um de seus ensinamentos...
Já a resistência disseminada pela frente secular, manifesta-se no boicote das gravadoras às bandas White, na falta de respaldo ou espaço comercial, na aversão que pessoas no Heavy Metal secular têm à mensagem cristã e no simples desprezo pelo White enquanto movimento. É importante saber que a resistência ao White Metal, tanto cristã quanto secular, caiu bastante desde o início do movimento. Basta lembrar que os precursores do rock cristão – a geração de Larry Norman, Ágape, Petra, 2nd chapter of acts, dentre outros - enfrentaram resistência tal, a ponto de serem associados ao demônio, e literalmente excomungados por muitas igrejas. Resistência ainda maior foi aquela dirigida ao Stryper, banda precursora direta do White Metal, que chocou cristãos e não cristãos com a aparência extravagante e, não menos, com uma mensagem cristã direta e impactante que os fazia arremessar Bíblias de cima do palco aos seus espectadores. No entanto, os inatacáveis resultados, produzidos pela ação pioneira de bandas como o Stryper, desconcertaram muitos críticos que foram contundentemente abalados diante da confirmação prática da viabilidade cristã e da moral de se utilizar o rock cristão. Hoje, os rótulos e preconceitos acerca do White Metal encontram-se menores e em processo de decadência, ainda que exista uma distância considerável entre a realidade humana e a idealização divina para o movimento e sua aceitação.

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