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terça-feira, 17 de junho de 2008

O Rock e a Evangelização


Quatro por Um e Oficina G3 mostram que o ritmo é eficaz para alcançar novas vidas para Cristo

Não há dúvidas de que toda criação e dons vem do Senhor. Mas o pecado corrompe e o que era para ser bênção pode se transformar em maldição. Esta afirmativa inclui a música e sua variedade de ritmos. Na atual época contemporânea, o Rock é o segmento musical que mais atrai o grande público, praticamente, em todo o mundo.

Desde o advento da música clássica, a História não registrou um movimento que tenha abalado a cultura pop, como o Rock nos anos de 1960. A década deu um rótulo ao ritmo, que ficou ganhou uma imagem como “Inimigo do Povo de Deus”. Uma espécie de caminho para o abismo espiritual e destruição do corpo, com as drogas, sexo, piercing e tatuagens.

Hoje, o entendimento acerca do ritmo começa a ganhar novos contornos com o empenho de jovens que usam o estilo musical para levar a Palavra de Deus. É assim, por exemplo, com os ministérios do Fruto Sagrado, Quatro por Um e Oficina G3. O “Rock Gospel” já é uma realidade e consegue resgatar almas para a honra e glória de Deus.

Conscientização


O Quatro por Um (foto) possui um trabalho com a proposta de chamar a atenção para o problema das drogas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMC), quase metade da população de jovens consome algum tipo de droga. O maior percentual está na faixa dos 18 aos 21 anos, onde atinge 49%. A estimativa é a de que, a cada ano, cerca de 210 mil pessoas morrem em conseqüência, direta ou indireta, do uso das drogas.


Sendo assim, Marcus Salles, Valmir Bessa, Duda Andrade e Bruno Santos escolheram as escolas para efetivar este trabalho. “É lá, onde o nosso publico, que é o jovem e o adolescente, está. E é nas escolas que o inimigo tem trabalho muito, conduzindo os jovens para o caminho das drogas, prostituição e promiscuidade. É uma estratégia de evangelização que Deus nos deu. E esperamos colher muitos frutos com esse trabalho”, afirmam.

E, para levar a mensagem, não há dúvida de qual método será aplicado. “Vamos usar a música como estratégia para falar aos jovens sobre o amor de Deus. Temos recebido muitos convites para ir aos colégios, e iremos. Não vamos deixar de atender aos interessados; este é o nosso chamado. O povo de Deus tem que ir lá, atacar as obras do maligno. Não somos um exército? Que exército é esse que não ataca? Nosso objetivo é falar de Jesus, lançar as redes e pescar muitas almas para Jesus. Fomos chamados para isso”, finaliza.

A importância da informação

O vocalista do Oficina G3, Juninho Afran (foto), diz que este é um assunto, que sempre provocou polêmica. “O Rock nas igrejas sempre foi um assunto ´indigesto´, rodeado por polêmicas, mitos, entre tantos outros ingredientes que fizeram com que ele se tornasse alvo de um grande preconceito. Eu acredito que o antídoto para combater o veneno do preconceito é a informação”, adverte.

Ele afirma que o estilo musical não está ligado ao grau de santidade ou intimidade do cristão com Deus. “Vida com Deus não está relacionada a usos e costumes, com a cor da roupa e com a posição diante Dele. Nós gostamos de Rock n` Roll, assim como tem gente que curte outros estilos de música”, declara.

Juninho Afram recomenda a Igreja a leitura do livro O Rock na Evangelização, de Flávio Lages Rodrigues, lançado pela MK Editora, como uma valiosa fonte de tirar todas as dúvidas sobre o uso edificante do ritmo para a obra de Deus. “Como alguém que se utiliza do Rock como um instrumento de evangelização, eu recomendo este livro a todos aqueles que estão ligados a música, direta ou indiretamente, e que têm o coração ardendo de desejo de que o mundo todo conheça a maior experiência que o homem pode ter – viver ao lado de Jesus”, ressalta.

Leitura edificante

No livro O Rock na Evangelização, o teólogo e baterista da banda Post Trevor, Flávio Lages Rodrigues, mostra que o ritmo musical varia de acordo com a cultura de cada povo. Dessa forma, não importa o ritmo, já que é o mover de Deus que irá corrigir os erros. “Somente a Palavra de Deus, e não a cultura, poderá corrigir as falhas e redimir o homem de seu pecado. Mas a cultura também é parte necessária ao homem, já que o mesmo não possui instintos como os animais. Para o homem tudo é aprendido; ele nasce com espaços a serem preenchidos e tudo só acontece dentro de uma cultura, do nascimento até a morte. Se não há como servir a Cristo fora do mundo, então é preciso aliar as Escrituras à cultura; só assim haverá salvação”, ensina.

O escritor lembra que Deus não faz acepção de pessoas e que Jesus sempre esteve disposto a ouvir o próximo. É o que está escrito em Atos 10.34-35. “E abrindo Pedro a boca, disse: reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo”. Ou seja, não importa a nação, raça ou cultura, desde que a vida agrade ao Senhor. Este é um dos princípios em que Flávio Lages Rodrigues faz uso do Rock para alcançar grupos urbanos atuais.

“As tribos urbanas – e, neste caso mais específico, os roqueiros – têm toda uma característica peculiar cultural: os cabelos longos, as tatuagens, os piercing´s, as roupas pretas e camisas de bandas de Rock, assim como a maneira totalmente diferente de falar, usando gírias e jargões que só quem está encarnado na tribo consegue entender. Precisam ouvir o Evangelho de forma contextualizada. A mensagem deve ser transmitida de forma que eles, em sua maneira de viver, pensar e sentir, consigam entendê-la. Na evangelização, sob uma visão teológica, não há como desconsiderar a cultura. O próprio Jesus se revelou e encarnou em uma cultura. Portanto, não há como negar que haverá choques, já que a Bíblia será o filtro para o confronto das culturas e costumes, e essas têm elementos negativos e positivos”, explica.

Flávio Lages Rodrigues finaliza com a afirmativa de que a Glória de Deus não se limita a um único estilo musical. “A música pode ter seus vários estilos e formas de expressar a glória de Deus e todos estes estilos podem e devem ser usados para alcançar os perdidos. Não há como limitar o poder de Deus através de um ritmo ou estilo musical. A cultura, com seus elementos populares, folclóricos e regionais merecem destaque”, conclui.

Reporter: Bruno Barreira
Contribuição: Leonardo Sousa


Fonte: www.elnet.com.br

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